pueda asegurar u n correcto f u n c i o n a m i e n t o de la democracia, y p o r o t r a parte
es poco p r o b a b l e q u e u n Estado n o d e m o c r á t i c o sea capaz d e garantizar tas
libertades fundamentales. L a p r u e b a histórica de esta interdependencia estS
en el hecho de q u e cl Estado liberal y el Estado democrático c u a n d o caen,
caen juntos.
3.
L o s
I D E A L E S Y L A ' C R U D A R E A L I D A D '
Esta referencia a los principios m e p e r m i t e e n t r a r en materia, de hacer, c o m o
dije, a l g u n a observación sobre la situación actual de la democracia. Se trata
de u n tema q u e t r a d i c i o n a l m e n t e se d e b a t e bajo el n o m b r e de " t r a n s f o r m a -
cit)nes d e ta d e m o c r a c i a " . Si se reuniese t o d o lo q u e se ha escrito sobre las
transformaciones de la d e m o c r a c i a o sobre la d e m o c r a c i a en t r a n s f o r m a c i ó n
se p o d r í a llenar u n a biblioteca, Pero la p a l a b r a " t r a n s f o r m a c i ó n " es t a n vaga
que d a lugar a las m á s diversas interpretaciones: desde la derecha (pienso p o r
e j e m p l o e n e( libro d e Pareto. Тгах/оттп/гх
'О
'пе
delUí àemorrazia,
1920.* verda
dero arquetipo de u n a larga e i n i n t e r r u m p i d a serie d e lamentaciones sobre la
crisis d e la civilización), la d e m o c r a c i a se h a t r a n s f o r m a d o en u n r é g i m e n
s e m i - a n á r q u i c o q u e t e n d r á c o m o consecuencia la "destrucción" d e l Estada;
desde la izquierda (pienso p o r ejemplo e n u n l i b r o c o m o el de Johannes A g n o l i ,
Die Ттати/оттаЧопеп
der Democratie,
1 9 6 7 . típica expresión de la crítica
e x t r a p a r l a m e n t a r i a ) , la d e m o c r a c i a p a r l a m e n t a r i a se está t r a n s f o r m a n d o cada
vez m á s en u n r é g i m e n a u t o c r à t i c o . M e parece m á s útil para nuestro objetivo
c o n c e n t r a r nuestra reflexión en la d i f e r e n c i a entre los ideales democráticos y la
" d e m o c r a c i a r e a l " (uso esta expresión e n el m i s m o sentido en el q u e se h a b l a
de "socialismo real"), q u e en la t r a n s f o r m a c i ó n . N o hace m u c h o s días u n
interlocutor m e recordó las palabras conclusivas q u e Pasternak hace decir a
G o r d o n , el amigo d e l doctor Zivago: " M u c h a s veces h a sucedido en la historia.
L o q u e f u e concebido c o m o n o b l e y elevado se h a vuelto u n a cruda r e a l i d a d ,
asi Grecia se volvió R o m a , la I l u s t r a c i ó n rusa se convirtió en la Revolución
rusa."^ D e la m i s m a m a n e r a agrego, e l p e n s a m i e n t o liberal y d e m o c r á t i c o
de L o c k e . Rousseau, T o c q u e v i l l e . B e n t h a m , J o h n Stuart M i l l , se volvió la
acción d e . . . ( p o n g a n ustedes el n o m b r e q u e les parezca, n o t e n d r á n d i f i c u l t a d
en encontrar más de u n o ) . Precisamente es d e esta "cruda realidad ' y n o d e
lo q u e f u e concebido c o m o " n o b l e y e l e v a d o " q u e debemos hablar o, sí ustedes
q u i e r e n , del contraste entre lo q u e h a b í a sido p r o m e t i d o y lo q u e se realizó
efectivamente.
Señalo seis d e estas falsas promesas.
V. Parciu.
Ttasformaiiont
áfila dtmocazm.
Corbac'cio, Milán. 1920, qur « una rrrapila.
clon dr anlcuiuí publicados гл U
Rtvisla di Milano eaite mayo y
julio de 1920 El libro d r
Agnoli, aparecido en 1967. fue traducido al italiano porFeltrinelli. Milan. 1969
s Borii L. Psstrrnak.
U doitor Zivago.
Feltrinelli. M i l i n . 1977, p. 675,
4,
E L
N A C I M I E N T O D E L A S O C I E D A D
PLURALISTA
La democracia nació de i m a concepción individualista d e la sociedad, es decir,
de u n a concepción por ¡a c u a l , c o n t r a r i a m e n t e a la concepción orgánica
d o m i n a n t e en la A n t i g ü e d a d y e n la E d a d M e d i a según la cual el t o d o es
p r i m e r o q u e las partes, la sociedad, t o d a f o r m a d e sociedad, especialmente la
sociedad política, es i m p n x l u c t o artificial de la v o l u n t a d de los individuos. Los
tres sucesos que caracterizan la filosofía social d e la época m o d e r n a y q u e
c o n f l u y e r o n en la f o r m a c i ó n de la concepción individualista de la sociedad
y d e l Estado y en la disolución d e la concepción orgánica son: a) el contrac-
tuatismo d e l siglo
X V I J
y
X V l l l ,
q u e parte de la hipótesis de q u e antes d e la
sociedad civil existe el Estado d e naturaleza, e n el q u e los soberanos son los
individuos libres e iguales, los cuales se p o n e n d e acuerdo para d a r vida a i m
poder c o m ú n q u e tiene ía f u n c i ó n d e g a r a n t i j a r la vida y la l i b e r t a d de estos
individuos (además de su propiedad): b) el n a c i m i e n t o de la economia p o l i t i c a ,
о sea, de u n análisis de la sociedad у de las relaciones sociales cuyo sujeto
es u n a vez m á s el individuo, el homo oeconomicus,
y n o el ton polttikón
d e la
tradición, q u e n o es considerado p o r si mismo, sino sólo c o m o m i e m b r o d e u n a
c o m u n i d a d , el i n d i v i d u o específico q u e . de a c u e r d o c o n A d a m S m i t h , ' p e r s i
guiendo el interés propio, frecuentemente p r o m u e v e el interés social d e m a n e r a
más eficaz q u e lo q u e pretendía realmente p r o m o v e r " (por lo demás e' c o n o
cida la reciente interpretación d e M a c p h e r s o n , d e q u e el Estado de na', ^raleza
de Hobbes y de Locke es u n a p r e f i g u r a c i ó n de la sociedad de m e r c a d o ) ; ' c) la
filosofía utilitarista, de B e n t h a m a M i l i , seglin la cual el único criterio para
f u n d a m e n t a r u n a ética objetiva y, p o r t a n t o , p a r a distinguir el bien d e l m a l
sin recurrir a conceptos vagos c o m o " n a t u r a l e z a " o cosas p o r cl esulo, es el
de p a r t i r de consideraciones de condiciones esencialmente individuales, c o m o
el placer y el dolor, y de resolver el p r o b l e m a tradicional del bien c o m ú n e n
la s u m a de los bienes individuales o, de acuerdo c o n la f ó r m u l a de B e n t h a m ,
en ia felicidad d e l m a y o r n ú m e r o .
Partiendo de la hipótesis d e l i n d i v i d u o soberano q u e . a! ponerse de a c u e r d o
con otros individuos igualmente soberanos, crea la sociedad política, la d o c t r i n a
d e m o c r á t i c a había ideado u n Estado sin cuerpos intermedios, característicos
de la sociedad corporativa d e las ciudades medievales y del Estado estamental
o d e órdenes anteriores a la a f i r m a c i ó n de las m o n a r q u í a s absolutas, u n a
sociedad política en ia q u e , entre el pueblo soberano, compuesto p o r m u c h o s
individuos ( u n voto por cabeza) y sus representantes, n o existiesen las sociedades
particulares criticadas p o r Rousseau y privadas de autoridad p o r la L e y L e
C h a p e l ' - r (abrogada en Francia solamente en 1887). L o q u e ha sucedido e n
los Estados democráticos es e x a c t a m e n t e lo opuesto: los grupos se h a n vuelto
cada vez m á s los sujetos p o l i t i c a m e n t e pertinentes, las grandes organizaciones.
' M r refieío ai famoso libro dr C, B, Macpher
dualism.
Clarendon Ргем. Oüford 1962.
The Political Theory о/ Posseiivr
Indivi